O governo de São Paulo está expandindo silenciosamente um novo modelo de pedágio: o Free Flow. Apresentado como moderno e eficiente, o sistema já está sendo instalado em diversas rodovias paulistas, sem cabine, sem cancelas, sem qualquer contato humano.
Na prática, quem mais sente os impactos dessa mudança é o trabalhador.
Cobrança automática, punição certeira
O Free Flow funciona por sensores e câmeras que registram automaticamente a placa do veículo ao passar sob o pórtico. Se o motorista não tiver um dispositivo de cobrança automática (TAG) ou não pagar manualmente em até 15 dias, recebe uma multa de R$ 195,23 e 5 pontos na CNH.
Para quem usa o carro todos os dias para trabalhar, como motoristas de aplicativo, entregadores, representantes comerciais ou trabalhadores que se deslocam entre cidades, a conta pode sair caríssima, ainda mais quando falta clareza sobre onde e quando a cobrança está acontecendo.
É um pedágio que o motorista não vê, mas que vê o motorista. Quem se distrai ou não conhece o sistema, acaba penalizado com juros, multa e pontos na carteira.
Instalação em massa, sem diálogo
O governo Tarcísio já iniciou a instalação do Free Flow em várias rodovias estaduais, com planos de expandir para todo o estado. Não há cabine física nem indicação clara de que ali existe um ponto de cobrança. Isso penaliza especialmente os trabalhadores que não utilizam TAG ou não têm acesso fácil à internet para consultar boletos.
O sistema favorece as concessionárias e pune quem mais precisa da estrada para sobreviver. É injusto, excludente e antissocial.
Resistência nas estradas: #MaisPedágioNão
Diante desse cenário, movimentos sociais têm se articulado para barrar o avanço desse modelo abusivo. Um dos principais exemplos é o #MaisPedágioNão, movimento que vem denunciando a expansão dos pedágios automáticos e o impacto direto na vida dos trabalhadores.
Com atos, campanhas informativas e pressão política, o #MaisPedágioNão tem mobilizado regiões inteiras que serão afetadas pelo Free Flow, especialmente no interior do estado. A luta é por transparência, participação popular e justiça tarifária. Para mais informações, apoio ou participação, entre em contato com o movimento:
maispedagiosnao@gmail.com
Instagram: @maispedagiosnao
Mobilidade é direito, não mercadoria
A CUT-SP reafirma que a mobilidade urbana e rodoviária deve estar a serviço da população e não ser mais um mecanismo de arrecadação injusta. O Free Flow, do jeito que está sendo implantado, é mais um golpe contra o trabalhador.
A Central seguirá denunciando esse modelo de pedágio e reforça o apoio ao movimento #MaisPedágioNão, que tem feito um trabalho importante de resistência e conscientização em defesa do povo.