A Confederação Brasileira Democrática dos Trabalhadores nas Indústrias da Alimentação da CUT (Contac-CUT) está engajada na luta em defesa dos empregos da JBS e, neste segundo semestre de 2017, várias audiências têm sido organizadas em todo o Brasil para ampliar o debate sobre o tema na sociedade.
As mudanças mais radicais começaram a partir do momento em que empresários do grupo JBS passaram a ser investigados na Operação Lava Jato. Unidades da empresa foram fechadas desde então, o que desencadeou demissões no setor.
Exemplos não faltam. Na última quinta (26), o frigorífico da JBS em Morro Grande (SC) começou a encerrar as suas atividades e essas mudanças podem ter como consequência final a demissão de 740 trabalhadores. No interior de São Paulo, a unidade de Guararapes foi fechada no mês de agosto e 90 funcionários perderam seus empregos.
Para debater este cenário, parlamentares em defesa da classe trabalhadora organizaram na última terça (24) audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp). A próxima audiência ocorrerá na Assembleia Legislativa da Bahia na segunda-feira (30).
Em São Paulo, o debate, apoiado por entidades como a Contac-CUT, foi organizado pelo mandato do deputado estadual Luiz Fernando Teixeira e contou com a participação e apoio de outros parlamentares.
O secretário de Política Sindical da Contac-CUT, Nelson Moreli, falou sobre a atuação da confederação e lembrou que recursos públicos e a vida de milhares de famílias estão em jogo.
“Primeiro é preciso lembrar que houve um desmonte proporcionado pelo governo federal para dar fim aos direitos trabalhistas. Depois, que estamos diante de possíveis demissões em massa numa empresa que contou inclusive com dinheiro público da Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. É por isso temos que nos mobilizar porque se não houver unidade não conseguiremos reverter esta situação”, afirmou o dirigente da confederação.
A audiência contou também com a participação dos secretários Geral e da Juventude da Contac-CUT, José Modelski Júnior e Josimar Luiz Cecchin, respectivamente, e com diferentes representações de sindicatos, federações, confederação, membros dos executivos e legislativos municipais, do Ministério Público do Trabalho (MPT), advogados, economistas, parlamentares e trabalhadores da alimentação.
A prefeita de Presidente Epitácio (SP), Cássia Furlan, e o prefeito de Santa Fé do Sul (SP), Ademir Maschio, também relataram a realidade das cidades a partir das demissões nas unidades da JBS.
O procurador-chefe do MPT em São Paulo, Erich Vinicius Schramm, também demonstrou preocupação com as demissões em massa e assumiu a tarefa de dialogar com procuradores de outras cidades do estado de São Paulo onde a JBS tem unidade.
Como resultado da audiência, novas reuniões entre a Contac-CUT, federações, sindicatos, parlamentares, poder público e movimentos serão agendadas para dar desdobramento à luta em defesa da garantia de emprego no setor alimentício.
