STIAAMM

Mulheres no Rio e São Paulo dizem não ao Golpe

                                         União e solidariedade marcam atos a favor da democracia

                       

Com muitas apresentações artísticas e atividades culturais, mulheres de diferentes movimentos populares, sindicais e coletivos de São Paulo ocuparam, nesta terça-feira (5), a Praça Roosevelt, no centro.

Em clima de união e solidariedade à presidenta Dilma, as participantes que foram ao local em defesa da democracia, pediam a ampliação de direitos e denunciavam o golpe que está em curso no Brasil.

As pessoas que foram chegando no início do ato, por volta das 17 horas, puderam colaborar com a producao de faixas e cartazes, construídos de maneira coletiva. Em formato de sarau, as apresentações variavam entre teatro, danças, performances, músicas, leituras de manifestos e poesias.  

O ato, organizado pelo Comitê de Mulheres pela Democracia e contra o Golpe, que reúne a CUT, outras Centrais Sindicais, diferentes movimentos populares e feministas, sindicatos, partidos políticos e várias mulheres que acreditam na democracia e somam-se às muitas ações que têm ocorrido diariamente, de diferentes setores da sociedade, que pedem respeito ao resultado das urnas da última eleição presidencial, em 2014, e rechaça as tentativas dos parlamentares de votarem projetos que restringem direitos conquistas por meio de muita luta.

“Estamos aqui para defender o voto de mais de 54 milhões de pessoas que acreditaram na presidenta Dilma Rousseff e para defendê-la das agressões que vem sofrendo desde o primeiro mandato, mas que se intensificaram muito no segundo, quando, em um dos debates, o Aécio Neves (PSDB) a chama de desequilibrada. A partir de então começa toda uma campanha para desqualificá-la e um dos ápices é a capa da IstóÉ desta semana”, diz a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT Nacional, Junéia Martins Batista, em referência à publicação que trouxe reportagem sugerindo que a presidenta tenha perdido o controle emocional para governar o país.

Para a secretária da Mulher Trabalhadora da CUT São Paulo, Ana Lúcia Firmino, essa atividade também buscou chamar a atenção da população sobre os riscos que a atual conjuntura política podem trazer, em especial para as mulheres. “O Congresso Nacional ameaça a retirada dos nossos direitos, como projetos como o da terceirização sem limites. A retirada da questão de gênero do Plano Nacional de educação, entre outros. Mas estamos aqui também por conta da nossa presidenta Dilma, que tem enfrentado muitos ataques machistas”.

Uma das participantes foi Nenesurreal, conhecida pelos grafites que faz na cidade em que retratam mulheres negras, e que diz ser fundamental a mobilização da sociedade nesse momento. “Mais do que nunca as mulheres estão se posicionando em todos os setores e, nada mais justo, do que elas estarem aqui contra o golpe. E a arte, apesar de silenciosa, manda um recado direto”, afirma.

A publicitária Carolina Araújo, de 35 anos, conta que a luta deve ser constante para garantir que não haja retrocesso aos direitos conquistados nos últimos anos. “Ainda falta muito para se ter um mundo mais justo para as mulheres. A gente não pode baixar a cabeça ou dormir no ponto, pois senão a coisa [direitos conquistados] volta pra trás”.

Entre as atrações estiveram a Frente de Mulheres do Hip Hop, Liga de Mulheres do Funk. Luana Hansen e Preta Rara.

“Estamos vivendo uma fase nova, em que as mulheres podem sair às ruas e fazer esse tipo de manifestação, enfrentando o que a gente quer e não o que alguém mandou. E esses atos unificam e mostram que muitas estão na mesma luta”, fala uma das cantoras, Pameloza, ao final do sarau.

Outras dirigentes da CUT estiveram presentes no sarau, como Janeslei Albuquerque, Fatima Velozo, Izabel Noronha, Adriana Magalhaes e Juvandia Moreira.

Rio de Janeiro

O ato das Mulheres Pela Democracia e contra o Golpe, que aconteceu no Circo Voador, na Lapa, abriu com uma homenagem a Cristina Dorigo, ex-secretária de Mulheres do Estado do Rio e também do coletivo de mulheres da CUT, que faleceu há 15 dias.

Organizado pela CUT, outras centrais, movimentos sociais e populares e transmitido ao vivo pelo Midia Ninja, O ato juntou política e emoção. Unindo mulheres de partido, sindicatos, movimentos populares, artistas, juventude, negras, Lgbt, saúde e feministas.

A arte, música, poesia e danças impulsionaram o clima de emoção e deram força para resistir e dizer não ao Golpe.

Para a secretaria de Comunicação da CUT, Duda Quiroga, o golpe será dado por corruptos que querem julgar a presidenta inocente.

"O processo de impeachment, conduzido por uma comissão em que prevalecem parlamentares processados por corrupção e presidida por um deputado que talvez seja o maior símbolo de corrupção e de impunidade do país, é, na verdade, a tentativa desesperada de cassar a soberania do voto", afirmou.

Relatos emocionantes de experiências vividas na ditadura foram narradas por artistas e militantes e um manifesto das mulheres contra o golpe foi lido. [o documento pode ainda ser assinado]

Para a Secretária de Mulheres da CUT Rio, Marlene Miranda a força mais importante é a união dessas mulheres, massa de trabalhadoras e trabalhadores demonstrando que tanto o Partido dos Trabalhadores, seus aliados esquerdistas e a CUT estão contribuindo com o processo de conscientização, nosso objetivo maior.

"A resposta ao chamado de ontem foi um presente  , pois pude ver o quanto é grande a garra e determinação das pessoas de todas as classes sociais unidas por um único objetivo: Não vai ter golpe, VAI TER LUTA".

A atividade encerrou com uma ciranda e a música "Maria Maria", de Milton Nascimento.

CUTContactBrasilMpasFetiaspTV CUTRede Brasil AtualDIAP