Atividade reuniu mais de 150 artistas que atuam no Movimento de Artistas pela Democracia
Misture música, poesia, teatro, luta política e mais de 150 artistas engajados, o resultado é: a Virada Cultural em Defesa da Democracia e dos Direitos d@s Trabalhadores, realizada no sábado (30/04) no estacionamento da Torre de TV, em Brasília.
A Virada Cultural contou com a participação de trabalhadores da cultura que integram o Movimento de Artistas pela Democracia de Brasília. “Sabemos que o artista é um transformador de consciências e nós estamos num movimento de resistência, temos feito diversas intervenções pela cidade e esse ato de hoje é muito importante, porque viemos dizer que somos contra o golpe, contra o Cunha e contra tudo que ameace nossa democracia”, destacou umas das coordenadoras do evento, Alexandra Capone.
A atividade iniciou no final da tarde de sábado com uma programação recheada de atrações para as crianças. "Trazemos as crianças em todos os atos em Defesa da Democracia para mostrar que a intolerância, o ódio, o fascismo não são coisas boas e que a Democracia, a gentileza, o amor são o melhor caminho e isso é preciso ensinar desde pequeno", ressaltou Flávia Rochet, que levou os filhos, Júlia de 3 anos e Bernardo de 7 para prestigiar o evento.
Na chegada da noite, a música tomou conta do estacionamento da Torre de TV. Além de ouvir e curtir a boa música, quem participou do ato cultural também estava atento aos acontecimentos políticos do país, como o jovem estudante da UNB, Rafael Fazzolino, 22 anos. “Viemos apoiar este ato porque entendemos que ele vai contra ao está acontecendo hoje no Brasil, que é um golpe muito descarado, inclusive sendo divulgado pelas grandes mídias como se fosse correto”, afirmou.
Esperança
A cantora Pilar Acosta, uma das artistas que emprestou sua arte à luta pela democracia e contra o golpe no país, participou da Virada por duas razões. “A primeira pela reestruturação da cena cultural em Brasília e o segundo porque estamos vivendo uma série de afronta às liberdades, correndo o risco de perdemos direitos. Como artistas temos obrigação de falar e usar nossa arte contra esse avanço fascista e garantir que não aja retrocessos”, destacou a cantora que em seu repertório cantou músicas de Geraldo Vandré e Violeta Parra. Para Pilar, que também é professora em São Sebastião, a esperança para o momento político do país vem da força dos movimentos sociais e o protagonismo das mulheres.
‘Apesar de Você’
Quem luta em defesa da democracia, não esquece o nome de um dos grandes articuladores do golpe, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, réu no STF por crimes de corrupção. Na Virada Cultural de Brasília, Cunha também foi lembrado. Em sua apresentação, o cantor Pecê Souza dedicou a música “Apesar de Você’, de Chico Buarque, ao intocável Cunha e o público cantarolou junto: “Hoje você é quem manda, falou, tá falado não tem discussão... Apesar de você, amanhã há de ser outro dia, inda pago pra ver, o jardim florescer qual você não queria. Você vai se amargar, vendo o dia raiar sem lhe pedir licença e eu vou morrer de rir, que esse dia há de vir antes do que você pensa...”.
Urna de Desvotação
Além da diversificada programação artística, a Virada Cultural contou com uma atração extra: a ‘Urna da Desvotação’. Nela as pessoas depositaram uma justificativa para desfazerem seus votos. Morador de Brasília, Paulo Sergio da Silva Sousa quando questionado do motivo que o levou a fazer a desvotação, respondeu. “Estou decepcionado pelo posicionamento dos Senadores com relação aoimpeachment".
Virada
A Virada Cultural é uma das atividades em comemoração ao Dia do Trabalhador, realizada pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Neste domingo, 1º, acontece o Ato Unificado contra o Golpe a partir das 10h. O encerramento será realizado pelo grupo Samba de Tapera, com uma roda de samba. As atividades fazem parte da série de mobilizações de ruas que visam reafirmar a posição da classe trabalhadora contra a ruptura democrática no país.
Fonte: Frente Brasil Popular
